quarta-feira, 20 de junho de 2012

A Terra pode estar chegando a um ponto sem retorno

"[...] a Terra se aproxima de um colapso iminente e irreversível. Em questão de décadas, se não forem tomadas as medidas adequadas - que felizmente, ainda estamos em tempo - a humanidade terá de enfrentar inevitavelmente um «novo regime ao qual não estamos preparados». O quadro desolador inclui carência de alimentos e de água potável, secas enormes, extinção de espécies e migração em massa de pessoas em busca de sua própria sobrevivência «como nunca visto na história». As razões, segundo explicações da revista "Nature", são o brutal crescimento populacional, a destruição de ecossistemas naturais em todo o mundo e as mudanças climáticas.

Desde a sua criação, a Terra passou por cinco grandes episódios de extinção em massa associados às mudanças climáticas que transformaram as características de todo o planeta. A última grande mudança ocorreu há cerca de 14.000 anos, quando 30% da superfície terrestre perdeu a camada de gelo que cobria na Terra durante o último período glacial. Desde então, o planeta tem permanecido razoavelmente estável até o surgimento e desenvolvimento da civilização humana. No entanto, os cientistas acreditam que isto está prestes a mudar. E a culpa é nossa.

Para começar, somos muitos e consumimos demasiadamente muitos recursos. A taxa de crescimento anual da população é de cerca de 77 milhões de pessoas, cerca de mil vezes maior que o experimentado entre os últimos 10.000 e 400 anos. Temos alterado a paisagem gravemente e emitindo para a atmosfera grandes quantidades de CO2. 'Sim, temos motivos para nos assustar. Há grandes possibilidades de chegarmos a um ponto de catástrofe irreversível, e as consequências podem ser enormes para a nossa qualidade de vida como espécie. Teremos problemas muito grandes', diz Jordi Bascompte para 'ABC.es', biólogo da Estação Biológica de Doñana [...].

O cientista comparou o mundo com um copo a cair, na borda de uma mesa, e quebrar. Não parece que se produz grandes alterações uma vez que se aproxima ou se está à beira da borda, mas um leve movimento no final (como por exemplo o aumento das temperaturas) e, de repente, o golpe pode ser devastador. A lista de consequências fatais é interminável. [...]



A tempo de evitá-lo

E tudo isso pode ser ao virar da esquina. Estudos realizados por cientistas, como tem sido observado em ecossistemas [..]. A bola de cristal prediz, que em torno do ano 2025, se continuarmos neste ritmo, vamos ter destruído 50% dos habitats naturais do mundo. E em 2045, 55%. 'É rápido, sabemos as causas e as implicações. É um bom momento para agir e evitá-lo. Se o copo está na ponta é infinitamente mais fácil de empurrar para o lado certo, mesmo que isso envolva um grande esforço, é melhor que tentar consertá-lo depois que ele cair', disse Bascompte.

[...] ainda estamos a tempo de reverter a situação. Para Bascomte, a aposta é conter o crescimento da população, reduzir o consumo de energia per capita nos países de primeiro mundo e optar pela sustentabilidade, empregar os recursos de forma mais racional e tentar proteger áreas naturais/virgens na Terra.

Alguns consideram, talvez, estas conclusões demasiadamente alarmistas. A estes, Bascompte diria que 'esta é a realidade. Pode ser difícil, mas é muito melhor enfrentar o problema que evitá-lo. É semelhante a alguém que tem câncer e tenta ignorar o que diz o médico. Ignorar a informação nunca é uma boa decisão.'"

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>> texto  de Judith de Jorge, publicado no Portal "ABC.es" [traduzido]

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